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Miúda francesa que ao mesmo tempo é da aldeia

Simplicidade. Quando Stéphanie fala, a sua voz é calma, suave, com um sotaque diferente de todos os outros. Talvez isso se deva ao facto de ter nascido e vivido em França durante os primeiros cinco anos da sua vida, mais precisamente em Bordéus, com uma breve passagem por Paris.

Com cinco anos voltou a Portugal, terra de toda a sua família, mas regressou a Bordéus pouco tempo depois. Com oito anos de idade voltou definitivamente para Arcos de Valdevez, Portugal.

Em Portugal nasceu o seu irmão. Nota-se uma enorme ligação entre eles, pela forma como Stéphanie fala tão calorosamente dele, apesar das pequenas zangas de irmãos. Aliás, Stéphanie, que se ia chamar Vânia, caso os seus pais tivessem levado a deles avante, fala calorosamente de toda a sua família. Talvez por não ser muita. Nota-se um carinho especial pelos pais, a sua maior inspiração, por terem saído do seu país de origem com quinze anos em procura de uma vida melhor.

Essa procura nunca escapa a sua mente. A sua mãe diz-lhe, sempre que sai de casa, para ser humilde. E tenta sê-lo. Apelida sempre as pessoas de “queridas” e “lindas”.

É calorosa, apesar de tímida.

Odeia estar sozinha, quiçá por ter frequentado a mesma escola do quinto ao décimo-segundo ano e por ter, de facto, uma família pequena, pelo menos em Portugal. Por isso precisa de gente, de companhia, de pessoas. E é realmente boa com as pessoas. Humildade está sempre presente. Não parece tratar ninguém com desprezo. Porém tem uma alguma timidez, talvez confundida com uma outra qualquer característica que não é. A Stéphanie é uma miúda francesa, moderna, que quer ser cosmopolita, mas ao mesmo tempo continua a ser a miúda da aldeia, que parece sempre assoberbada com o movimento de muitas pessoas – diz sentir-se claustrofóbica quando está no “meio de muita confusão” – e com a azáfama da cidade.

O sonho de se tornar numa “modelo famosa” vive já no passado. Chegou a fazer um book fotográfico, em 2011, que não deu muitos frutos. O objectivo de Stéphanie, afirma, é poder ajudar a sua família, que sempre lutou para lhe providenciar tudo que necessitou e necessita.

Em relação ao futuro, diz-se sonhadora e vê-se casada, vivendo um amor “para sempre” e afirma que o que mais quer na vida é ser mãe.

Imagina-se jornalista, sendo sua ambição fazer um mestrado relacionado com Jornalismo ou Publicidade, sempre ligada ao ramo das comunicações, sabendo que terá de lutar muito para obter aquilo que quer.

E o que quer, no fundo, é “ter saúde, ter uma casa, um trabalho bom e uma família feliz, com tudo que precisa”. Um futuro que é uma mistura da sua faceta humilde, com a sua faceta mais sonhadora.

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