top of page

O triunfo da Braga Romana

Nesta que é a XII edição da Braga Romana, o momento mais aguardado continua a ser o cortejo triunfal. A azáfama é muita na zona que conheceu em tempos a verdadeira Bracara Augusta. O espírito é de festa e  a afluência à cidade é enorme.

Sexta-feira. A noite está agradável. As ruas da cidade estão inundadas de pessoas que esperam para ver o momento mais alto da Braga Romana, o Cortejo Triunfal: “Bracara Augusta Triunphalis”. As ruas estão enfeitadas como manda a tradição e a música acompanha-a.

 A marcha inicia-se no Largo Barão de São Martinho e passa por pontos-chave do centro histórico romano. Nos restaurantes e cafés desta zona, os funcionários estão vestidos a rigor para não destoarem no cenário. Até os visitantes entram no espírito e trajam-se inspirados na festa.

Para não perderem pitada do espetáculo, as pessoas chegam cedo ao local para guardarem um lugar privilegiado. As crianças têm prioridade para ficar na primeira fila e as que não conseguem encavalitam-se nos ombros dos pais. Os adultos empurram-se ou sobem para as árvores.

O público, impaciente enquanto aguarda pelo desfile, vai aproveitando para dar uma olhadela pelas barracas comerciais alusivas à Feira Romana.

E está aberto o desfile

São 22h00. Na Rua do Castelo, já se ouvem as caixas e os bombos ao longe. O Cortejo vai passar.

“Olha, vem aí o jeitoso”, diz uma bracarense entusiasmada. A abrir as honras, o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, espalha simpatia. Vem rodeado de guardas com armaduras e lanças, que mostram um ar ameaçador.

São mais de três mil figurantes. Enquanto uns vão com cara de contrariados, outros encarnam o personagem e até interagem com a audiência, assustando-a.

Organizados em associações e escolas de Braga, desfilam. Veem-se crianças enfeitadas com flores, a dançar, a cantar e até a encenar momentos teatrais. A família e os amigos, orgulhosos, acenam-lhes e mandam-lhes beijinhos, ficando aborrecidos quando estas não reparam.

Os adultos ficam com as atividades mais perigosas. Uns vão em andas. Outros manuseiam fogo. Há ainda um participante que faz equilibrismo em cima de uma grande bola.

O desfile já vai longo. O público começa a perder o interesse e há até quem comente: “Está mal organizado. Devia ser mais pequeno e estar dividido por temas”. Por outro lado, há quem se mostre maravilhado com o espetáculo.

Praça Municipal. O cortejo termina aqui. Os figurantes convivem e tiram fotografias para mais tarde recordar o momento. Quanto ao público, este dispersa-se. Alguns acusam o cansaço e dirigem-se para casa. Para outros a festa não acaba aqui. Ainda têm pela frente uma longa noite de convívio com sangria e pães com chouriço à mistura. 

A nova organização da Feira Romana

Este é o segundo ano em que o novo layout da Braga Romana é experimentado. Anteriormente, as barracas comerciais temáticas encontravam-se numa localização mais privilegiada tanto para comerciantes, como para consumidores.

Antes da reformulação da planta, estas encontravam-se no Rossio da Sé que era, na opinião dos comerciantes da Feira Romana, o melhor sítio para vender. Este espaço está agora ocupado pelas escolas e associações.

A mudança deve-se a uma intervenção da Associação Comercial de Braga, pois os comerciantes das lojas queixavam-se que as barracas interferiam no negócio.  

“Tem vindo a piorar de ano para ano. Desde que alteraram a planta da feira, isto é uma vergonha. Os feirantes, de ano para ano, tendem a aderir cada vez menos. Tiraram a Feira Romana do coração da cidade”, queixa-se uma artesã. Já outro feirante tem uma opinião diferente, considerando-a “uma das melhores feiras da Península Ibérica”.   

Em colaboração com Daniela Soares.

bottom of page